Livros de Artista no Brasil
Tati&Arte&Manha
O professor Paulo da Silveira (2005) nos informa, lato senso, que o artista brasileiro está definido como categoria, e nela, a produção de livros de artista é relativamente pequena, embora as categorias deste sejam várias: obras eminentemente gráficas, obras plásticas, revistas, page art, performances, instalações, cuja inserção no contexto mundial se produz pelo exercício múltiplo da poética visual e da arte postal, bem como os livros únicos.
No caso brasileiro, o barroco-rococó sul americano (arcaísmo colonial) foi sendo substituído pela ordem acadêmica européia francesa modelar até o modernismo brasileiro, em 1922, quando o criador local se somava à cultura européia a ser deglutida pela ausência de inquietações criativas e de criação de linguagens próprias no anseio da urbanidade, que, junto às identidades regionais formatou burgueses críticos e bem-humorados com trânsito entre Brasil e Europa, possibilitando também a flexibilização do espaço editorial com melhor aproveitamento: a palavra escrita ganha espaço junto à nova imagem gravada do, agora, artista ilustrador, conduzindo, em 1940, à adolescência estética do livro comercial brasileiro, sob a inspiração das edições estrangeiras.
Assim, a sedimentação da cultura visual superior no Brasil se dá pela poesia concreta e pelo poema-processo que produziram os livros de artista até o final dos anos 1970.
O primeiro livro de artista brasileiro foi produzido em Cuiabá, em 1955, por Wlademir Dias Pino. "A ve", um comportamento político/literário, diferente da esperada urbanidade cosmopolita como o fundo da vanguarda.
Ele fundou o movimento Poesia Concreta e atuou na UFMT de 1973-78. Esquerdista, manteve-se discretamente à margem, fazendo uso da arte como ativação social: a obra existe porque o livro existe. Fez dele uma tiragem de 300 exemplares.
O Brasil urbano das décadas de 1960-70 assistiu à transposição da poesia visual para suportes liberais, à margem do público médio, com destaques aos agentes publicadores e às casas editoriais, com apoio dos comentadores literários, chegando aos 1980 com domínio da vertente conceitual (conceitualismo).
No período 1964-89, comparada às artes do espetáculo, as artes visuais pouco sofreram. Seu policiamento era inter-mídia - gráficas e difusão.
A partir da década de 1980, os jovens artistas procuraram "estar à margem", com atalho para o sucesso.
Quanto aos livros de artista, chegaram ao final dos 1980 matéricos: de madeira, de pedra, de trapo, molhados, queimados, melecados, amarrados, serrados, baleados, numa profusão de mal-entendidos plásticos. Nos 1990 a arte passou a ser compreendida como empreendimento e o gesto de publicar como uma atitude artística eficiente, dando início aos empreendimentos coletivos: livros em colaboração com participação de artistas e escritores.
O gesto de publicar passa a ser uma atitude artística arrojada.
A premissa do livro de artista contemporâneo é a violação da ordem.
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1o. livro de artista de Eric Calderon, "Esfera tipográfica" |
É a atenção ao volume - papel, cheiro, ilustrações, cores, costuras, quantidade de páginas - o livro como objeto: dos artistas, artesãos e editores; o livro que não é a obra literária dos escritores, pesquisadores e publicadores.
A arte-livro ou livro-arte traz para o universo artístico outras contribuições da realidade do mundo da impressão e de linguagens estranhas a ele. Entretanto, não ocorre como forma de experiência regular no curso das artes.
Geralmente referenciados como obras plásticas, os livros de artista são uma categoria de mídia e não de técnica, assombrando pela negação que confirma sua existência, sempre acompanhados de concepção teórica. A disposição de apresentar tais objetos como obras de arte acompanhou o desejo das atitudes artísticas de novos caminhos para a a arte: experiência estética aos espectadores e incitação à interação com a obra apresentada, portabilidade, reprodução de baixo custo e peculiar relação com espaços expositivos.
Ler mais em:
"A página violada" (2005) Paulo da Silveira.
Em novembro/2018, o paulista Fernando Brandão, transformou seu livro de formato inusitado em objeto de design.
"Belonging: Always!" é um livro trilingue (português, inglês e mandarim), contendo 768 páginas e com tiragem limitada de 1.000 exemplares; um presente ao estilo chinês, transmitindo gratidão, respeito, consideração e generosidade, enquanto divulga os 30 anos de carreira do arquiteto que é o primeiro brasileiro do rama a ter um escritório na China.
Na China, leciona arquitetura em universidades chinesas.
No Brasil, ele acumulou cargos e prêmios, sempre preocupado com o equilíbrio entre tecnologia e fluidez estética em seus projetos orientados por princípios de acessibilidade, conectividade, sustentabilidade, identidade e humanidade nos ambientes que cria.
Em novembro/2018, o paulista Fernando Brandão, transformou seu livro de formato inusitado em objeto de design.
"Belonging: Always!" é um livro trilingue (português, inglês e mandarim), contendo 768 páginas e com tiragem limitada de 1.000 exemplares; um presente ao estilo chinês, transmitindo gratidão, respeito, consideração e generosidade, enquanto divulga os 30 anos de carreira do arquiteto que é o primeiro brasileiro do rama a ter um escritório na China.
Na China, leciona arquitetura em universidades chinesas.
No Brasil, ele acumulou cargos e prêmios, sempre preocupado com o equilíbrio entre tecnologia e fluidez estética em seus projetos orientados por princípios de acessibilidade, conectividade, sustentabilidade, identidade e humanidade nos ambientes que cria.
Ler mais em:
www.Chinahoje.net (edição outubro/novembro/2018)
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